O som à prova de bala
No mundo realmente invertido, o verdadeiro é um momento do falso.
(Guy Debord)
Crueza
“Temos preguiça e não questionamos.” As palavras de Pushkin continuam válidas.
Estamos assistindo ao surgimento de uma arte nova. Ela está-se desenvolvendo a passos largos, desligando-se da influência das artes precedentes e começando a influenciá-las. Ela cria normas próprias, leis próprias, para depois rejeitá-las, confiante. Torna-se assim um instrumento poderoso de propaganda e educação, um fato social cotidiano e onipresente. Nisso, deixa todas as outras para trás.
Os estudos de música no entanto parecem continuar de todo alheios a seu desenvolvimento. O colecionador de discos de cera de carnaúba e outros objetos raros só se interessa pela época de ouro. Para que preocupar-se com o surgimento e a autodeterminação da música eletrônica quando é tão simples contentar-se com hipóteses imaginosas sobre a origem do samba ou a natureza sincrética da modinha e do lundu? Tanto mais escassos os traços preservados, tanto mais instigante a reconstrução do desenvolvimento das formas estéticas. O estudioso considera a história da música eletrônica dançante uma banalidade; praticamente, uma vivissecção, quando sua especialidade é sair à cata de antiguidades. Porém é óbvio que a busca pelo legado recente do funk carioca há de tornar-se em breve tarefa de arqueólogo. A primeira década do proibidão já constitui uma “era de fragmentos”. Dos anteriores a 1995, por exemplo, não resta muito, além do “Rap da armas”, afirmam os especialistas.
Mas o proibidão é uma arte autônoma? Onde andará seu herói específico? Que tipo de material essa arte transforma? Artistas como Mr. Catra, o MC Leonardo, o MC Smith, o MC Orelha e o DJ Marlboro afirmam corretamente que o material do proibidão são as coisas reais. E os criadores da sonoridade proibida entenderam perfeitamente que, no proibidão, até mesmo o homem é “só um detalhe, uma parte da matéria do mundo”.
O fragmento acima não é verdadeiramente uma citação. As palavras em itálico substituem termos equivalentes do artigo “Decadência do cinema?”, publicado em 1933.1 Roman Jakobson mostra ali como, em 1932, o cinema se confronta com concepções cristalizadas de arte, incapazes de compreendê-lo, e acaba por transformá-las. A substituição implica o parentesco entre o cinema e a música eletrônica no papel de artes da reprodutibilidade técnica (Benjamin 1936), ou linguagens das coisas (Schaeffer 2010). O proibidão é um subgênero de funk carioca. O funk carioca deriva do Miami Bass. O Miami Bass é uma variedade de hip-hop. O hip-hop é um dos primeiros gêneros de música eletrônica dançante, e o funk carioca, o primeiro gênero brasileiro. Partindo do geral, a música eletrônica dançante, para chegar ao particular, o proibidão, a paráfrase sugere que a incompreensão com a qual o subgênero se defronta decorre também da inadequação da teoria da música ao entendimento de sua linguagem.
Arte essencialmente vocal, o proibidão depende da persona de um artista “fiel”, “responsa”, “truta”, “cria”.2 “Não somos fora da lei porque a lei quem faz é nós”,3 afirma o MC Orelha em “Na faixa de Gaza é assim”. A lei da voz, no proibidão, quem faz é o MC, apoiado por um DJ que, na descoberta das possibilidades do instrumentário, descobre a própria música.4 É a contribuição do proibidão para uma musicografia fixada na afirmação da superioridade do sussurro afinado de João Gilberto sobre a potência abaritonada de Francisco Alves. Há períodos na história da arte e na história da cultura, afirma Jakobson, nos quais a crueza intencional desempenha um papel dinâmico, positivo. O rhythm and blues, no pós-guerra, e o southern soul, no início dos anos 1960, ilustram esse dinamismo.
O foco de Jakobson é a transformação da linguagem do filme pela introdução da película sonora. Se, para muitos, o cinema entra em declínio, para Jakobson, ele passa a desenvolver outro tipo de narrativa. De forma análoga, o que acontece com o proibidão quando suas vozes se calam pela coação ilegal da mídia e do Estado?
Terror
As invasões da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão pelas Forças Armadas e as Polícias Federal, Civil e Militar nos dias 25 e 28 de novembro de 2010 culminaram, na tarde de domingo, 28 de novembro, no hasteamento da bandeira nacional no alto do teleférico inacabado do Complexo do Alemão, marcando a retomada pelo Estado de um território que, do Estado, só conheceu o terror. Nem o chefe do comércio de substâncias ilícitas na Vila Cruzeiro, Fabiano Atanazio da Silva, nem o do Complexo, Luciano Martiniano da Silva, foram capturados,5 mas os MCs Frank, Max, Tikão, Dido e Smith tiveram ordem de prisão decretada e foram presos ou se entregaram em meados de dezembro.6 Enquanto os cinco continuavam ilegalmente detidos,7 o presidente da república selava sua aliança com o governador do estado, a quem se dirigia, diante do prefeito do município, ao testar o teleférico do Alemão na terça-feira, 21 de dezembro.
Eu que assisti à ocupação do Morro do Alemão pela televisão me emocionei. Imagino você, governador, o que sentiu quando viu, pela primeira vez, o povo assistindo à polícia entrar como amiga. O povo viu as Forças Armadas servindo ao brasileiro. Não para atacar ou bater no povo, mas para defendê-lo dos verdadeiros bandidos do país. Um dado concreto é o seguinte: o Complexo do Alemão não é mais bicho-papão. (Abdala 21 dez. 2010)
O presidente que, no início do primeiro mandato, propugnara “subir numa cobertura, numa das grandes capitais desse país, e pegar um verdadeiro culpado pelo narcotráfico” (Silva),8 vai encontrar “os verdadeiros bandidos do país” no Alemão ao final do segundo, seu partido implicado numa sucessão de escândalos e investigações.9 O mais popular dos presidentes do Brasil não enxerga o povo: senta-se diante da televisão e imagina o governador a fazer o mesmo. Foi pela televisão que “o povo viu as Forças Armadas servindo ao brasileiro”.10 Dado concreto: as operações incluíram, cometidos pelo Estado, violações de domicílio, saques, extorsões, assassinatos, tortura, ocultamento de cadáveres e todo o tipo de infrações à Constituição, à Lei, aos direitos fundamentais, humanos, individuais.11 O presidente enxerga ali “o pobre sendo tratado com dignidade e com respeito” (EFE Brasil). E preconiza: “agora tem que vim cultura” (Record). Mas ele ignora a cultura urbana, desconhece a revolta e a raiva da juventude suburbana (Santos & Arellano). “O meu povo quer casa, emprego, comida, e vocês só me mandam o PAC?” — perguntara o MC Mag.12 O presidente manda no freestyle: “o Complexo do Alemão já não é mais bicho-papão, o Complexo do Alemão é na verdade um cenário de estação para que o povo possa viver com mais satisfação” (Globo 2010).
No dia primeiro de janeiro de 2011, no Congresso, a presidente eleita prestou o compromisso de “manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil”. Uma vez empossada, afirmou seu compromisso supremo de proteger os mais frágeis; sua ação decidida de preservar o país da concorrência desleal e do fluxo indiscriminado de capitais especulativos; seu compromisso inegociável com a garantia plena das liberdades individuais; seu amor natural pela mais plena democracia e pela defesa intransigente dos direitos humanos.
O estado do Rio de Janeiro mostrou o quanto é importante, na solução dos conflitos, a ação coordenada das forças de segurança dos três níveis de governo, incluindo — quando necessário — a participação decisiva das Forças Armadas.
O êxito desta experiência deve nos estimular a unir as forças de segurança no combate sem tréguas ao crime organizado, que sofistica a cada dia seu poder de fogo e suas técnicas de aliciamento de jovens. (Rousseff)13
O show de posse contou com apresentações de Elba Ramalho, Fernanda Takai, Gaby Amarantos, Mart’nália e Zélia Duncan, mas Sabrina da Provi não foi convidada. Tampouco o foram os MCs da Penha e do Borel, federalmente reconhecidos entre os verdadeiros bandidos do país, partícipes de técnicas cada dia mais sofisticadas de aliciamento de jovens para o crime. Em contrapartida, a secretária de Estado norte-americana foi recebida com deferência constrangedora (Globo 2011) — prenúncio de políticas de segurança pública e de cultura.14
Essa coisa de UPP
Os bailes funk nos complexos da Penha e do Alemão dependeram, para sua realização, de acordos entre lideranças do Comando Vermelho e policiais militares mediante o pagamento da taxa conhecida como arrego.15 Esses acordos nem sempre foram cavalheirescos. Na reivindicação do incremento de sua paga, a polícia cercou a quadra da Chatuba na madrugada do dia 27 de setembro de 2009, o baile lotado, disparando a esmo.16 Após as invasões instaurou-se por tempo indeterminado o estado de sítio ou de defesa não declarado. Ficaram proibidos os bailes, as festividades familiares, sujeitas ao vaticínio militar.17 Privadas dos palcos que as consagraram, as melhores vozes se viram coagidas a abrir mão de seus direitos constitucionais na salvaguarda da integridade física. O MC Smith, que já havia transformado “Vida bandida” em “Vida sofrida” (Palombini 2011), trocou o DJ por instrumentistas, a batida do funk, pela MPB, e aproximou-se do pop-rock para regravar o sucesso de Cazuza “Vida louca vida”.18 O MC Orelha, que já havia transformado “Na faixa de Gaza é assim” em “Para de marra”, trocou o DJ por instrumentistas, a batida do funk, pelo rock experimental, e protestou: “isto aqui é mais um trabalho cultural, funk é cultura” (Orelha & Loucos).
As invasões e a ocupação da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão tinham como objetivo declarado a instalação de Unidades de Polícia Pacificadora,19 projeto de segurança pública com supressão de garantias constitucionais — as chamadas cláusulas pétreas — sob a tutela da autoridade policial.20 A primeira UPP foi inaugurada no Morro Dona Marta em 28 de novembro de 2008. Em 7 de setembro de 2010, um pouco antes de instalar-se a décima primeira, dia 15 no Morro do Salgueiro, começava a circular “Não entra aqui a UPP”,21 com o MC Tovi, produção do DJ Diogo de Niterói.
MC Tovi e DJ Diogo de Niterói, “Não entra aqui a UPP”
(Voz feminina de meia-idade, falado)
Essa nova geração, essa juventude, eles, eles têm o espírito suicida, eles não querem saber se eles vão morrer, se vão matar…
(Voz masculina juvenil, falado)
…não tinha medo…
(Voz feminina de meia-idade, falado)
Eles querem defender a comunidade dessa entrada violenta da polícia.
(MC Tovi, cantado)
Todas as favelas, sempre tivemo lazer,
Quem mora aqui sabe, entende o que eu vou dizer.
Tudo dando certo, mas eu tô esperto,
Não quero essa coisa de UPP.Dentro das favelas morador vive legal,
Com muita humildade, mas temos potencial.
Estamos unidos, canta aí comigo,
O baile tá cheio e tá legal.Eu tô revoltado com Sérgio Cabral,
Sem o baile aqui não vai ficar legal.
Mas pr’aqui ficar tranquilo
Eu já sei o qu’eu vou fazer:O jeito é não entrar aqui a UPP,
O jeito é não entrar aqui a UPP.
Se você quer saber o que vai acontecer,
Primeiro vocês entra, depois vou te dizer.Eu disse ô, acabou o caô.
Na introdução, tímpanos se prolongam em eco ao estrondo inicial, sobrepondo-se ao vozerio distante e à correria nas proximidades, para cruzar ilesos a supressão do som ambiental na palavra “medo”, uma cesura que evoca a técnica do telejornal.22 Linguagem falada, sonoplastia e música fazem supor o microfone de um correspondente mudo de guerra. Novo estrondo e baque do tamborzão, retido. Tipos contrastantes de notas23 distribuem-se em extremos opostos do espaço, no centro da tessitura. Em primeiro plano, uma sucessão de tônicas em que tudo é moderado. Em plano distante, impulsões de massa complexa agregam-se em notas de grão espesso e ataque abrupto, com durações assimétricas, em movimento nos campos das intensidades e das alturas.24 A base é liberada no refrão, rutilante de balas. Em um minuto e cinquenta e quatro segundos, “Não entra aqui a UPP” passa da linguagem radiofônica ao funk por meio de uma trama de rajadas e canto.25 O primeiro segmento é delimitado por duas explosões. A primeira sobrepõe o tempo de seu eco às falas. A segunda não reboa. No segmento intermediário o tempo é flexível. O Tamborzão disciplina o terceiro: na festa o canto e as armas coincidem.
No início de dezembro26 o MC Dido do Borel homenageava as UPPs do Borel e do Andaraí, instaladas respectivamente em 7 junho e 28 de julho de 2010, com “UPP filha da puta sai do Borel”, produção do DJ Borelles da Mangueira.
MC Dido, “UPP filha da puta sai do Borel”, DJ Borelles da Mangueira
Responsa é responsa, o bonde é fiel.
UPP filha da puta — caralho!
Caralho! caralho! caralho! —
Sai, sai, sai do Borel!Ôi, vacilô tu vai cair.
UPP filha da puta —
Ó! ó! —
Sai, sai do Andaraí!
A voz adquire caráter balístico nessa acumulação27 de injuntivos e disparos. Em cerca de quinze dias, o MC Dido teria ordem de prisão temporária decretada por trinta, quando o máximo são cinco, sob acusação de delitos que não admitem prisão temporária, e sem evidência concreta dos crimes (Palombini 2012).28 Em abril de 2011,29 na inimputabilidade de seus 13 anos de idade, o MC Vitinho do Jacaré ofegava na Coruja, com o MC Dudu de Manguinhos, produção do DJ Rafael de São Gonçalo.30
MC-Vitinho_Bala-na-Dilma-sapatao
O crime é o crime, bandido é bandido,
Na guerra chapa-quente isso é profissão perigo.
Nosso bonde é guerrilheiro comandando as favelas,
Nós gosta da paz, nós nunca fugimo da guerra.Seu polícia, seu peidão, vocês tudo caga no pau,
Pode vim mandar exército, até a Força Nacional.
Seus otário vacilão, vocês tudo perde a linha,
Querendo comprar morador com caminhão de sardinha.31Nós marola quando pode, só de Red Bull com uísque,
Pode até pacificar, mas a volta vai ser triste.
Aqui é só menor treinado que te mira e não te erra,
Pro ataque de caveirão, não, de tanque de guerra.Não vamo entregar assim, desentoca o arsenal,
É bala no viado32 do Sérgio Cabral.
Tomaram o nosso quartel general, que era o Complexo do Alemão,
É bala na piranha da Dilma sapatão.RL é a relíquia, escute o que eu vou te dizer,
Sou MC Vitinho, eu sou CV até morrer.
Pixote mandou avisar, mandou dizer,
Quero ver, quero ver instalar a UPP.Eu quero ver, quero ver instalar a UPP,
Eu quero ver, eu quero ver instalar…(Falado)
Aí, Dudu, vou ter que mandar de novo.
Em 23 de novembro, dois dias antes da invasão da Vila Cruzeiro, Roberta Trindade divulgara em seu blog um comunicado atribuído à cúpula do CV.
“A gravação foi o produto de uma cultura que havia aprendido a enlatar e a embalsamar, a preservar os corpos dos mortos para que pudessem continuar desempenhando uma função social após a vida”, afirma Jonathan Sterne (2006: 292). A conclamação “a revolução verbal é aterrorizadora, junta seus pedaços e vem pra arena” tomou corpo numa proliferação de mixagens de fragmentos vocais heterogêneos. Se o MC Max não podia cantar “A Penha é o Poder” na Penha, se o MC Dido não podia cantar “UPP filha da puta sai do Borel” no Borel, suas vozes, assim como as de dezenas de relíquias do proibidão, estavam disponíveis em centenas de gravações que, picotadas e remixadas por diferentes DJs, deram origem, em dezembro de 2010, às montagens do CD Unidos contra a UPP, deixando de lado as guerras de facção para atacar a polícia, os políticos e a UPP.33
Elenco fabuloso
Se, na base rítmica, os anos 1990 foram da Volt Mix, e os anos 2000, do Tamborzão, os anos 2010 provavelmente sejam os da Human Beatbox.34 Agregado de características de ritmo, tessitura e timbre, essa figura se ensaia, por exemplo, em breaks35 do MC Mascote do Vidigal, num tempo em que a Volt Mix e o Tamborzão convivem.36 A música hip-hop surgiu no Bronx nova-iorquino dos anos 1970 pela repetição contínua de breaks de funk a servir de base para improvisos vocais. Ao realimentar-se de uma figura dos anos 200037 fixada por Catra, o funk carioca reafirma sua raiz transnacional, retornando, em estágio adiantado de seu desenvolvimento, à proto-história da matriz nova-iorquina e à espontaneidade do improviso nativo, no momento em que sua voz, coagida, se infiltra na base e se mecaniza.
Transcrição de Pedro Durães a partir da produção, pelo DJ Byano, de “Elenco fabuloso”, do MC Alexandre
Em 26 de julho de 2009 o MC Smith dedicara “Vida bandida” ao patrono da Vila Cruzeiro em comemoração natalícia. “Vida bandida” representa a carreira e o destino de Fabiano Atanazio em modo épico, detalhando peripécias para delinear a trajetória de ascensão no crime (Palombini 2011). Smith interpretou-a para o Cabral no Andaraí, para o Macarrão no Antares, para o Paizão no DVD da Furacão 2000. Dois anos depois, o bandido já não quer seu nome no rap: “não, tá maluco, vou ficar pixadão aí, eu vou acabar rodando” (Lopes & Palombini). Já “Elenco fabuloso” é um proibidão genérico, que se presta à celebração de todo e qualquer grupo competitivo. O MC Alexandre gravou-o para um número incontável de chefes de diferentes facções e seus bondes, de DJs e suas equipes, e até para o Flamengo e seu time. O DJ Byano apresentou sua versão em 26 de maio de 2011.
MC Alexandre, “Elenco fabuloso”, DJ Byano
(Falado)
E aê, DJ Byano, tá tudo monitorado, tem que respeitar, é o Chatubão Digital, é o elenco fabuloso!
(Cantado)
É o bonde do Chatubão, tá tudo monitorado,
Deixa eles vim, tá tudo palmeado.
É calibre avançado, tá sempre pegando fogo,
DJ Byano e seu elenco fabuloso.A cada dia o nosso poder aumenta,
E a nossa fama se expandiu por todo o mundo.
A mídia não se cansa em divulgar
Que o DJ Byano só faz baile de luxo.Nós anda de Hornet por toda comunidade,
As novinhas jogam na cara com vontade,
Cheio de ouro e o bolso cheio de grana,
Portando Oakley, Lacoste, Dolce & Gabbana.E quando a chapa esquenta nós tá sempre preparado,
Nosso poder de fogo é de calibre avançado.
E o Byano montou um elenco fabuloso
Pra defender a nossa mina de ouro.
A praxe no proibidão é a produção mais simples possível: o MC apresenta o rap a palo seco e pede ao DJ que solte a base, para repeti-lo com o acompanhamento, que pode entrar no refrão ou antes. Em outras palavras, a maior parte dos proibidões tornou-se conhecida na forma da apresentação ao vivo, quer tenham sido gravados durante o baile,38 quer a produção emule esse formato.39 Conduzidas por Byano, as linhas assumem inflexões sensíveis que se tramam na articulação do jogo da textura. Todo o campo das alturas se torna um instrumento propulsivo. A voz do MC Alexandre, aliviada, resplandece. O CD do Corte 8 Chatubão Digital apresentou uma versão bandida em 29 de junho.40 A comparação entre ambas mostra que “Elenco fabuloso Chatubão Digital” não é um proibidão liberado. Ao contrário, na versão Corte 8 o banditismo explícito torna-se musicalmente rebarbativo.
Bandido é bandido
Enquanto isso, mais ou menos distantes da mira da pacificação armada, os bailes de favela prosseguem nas Zonas Norte e Oeste, na Baixada Fluminense, em São Gonçalo, em Niterói, sujeitos aos ataques de uma polícia de elite — criminosa e impune — com a cumplicidade da mídia e do Estado.
Na madrugada de terça-feira, 8 de maio de 2012, a tropa de elite destruiu a bala o equipamento de uma equipe no baile do Arará, em Benfica. Na madrugada de domingo, 13 de maio de 2012, a tropa de elite usou toucas ninja para incinerar todo o equipamento da equipe Expresso 54 no baile da Pedreira, em Costa Barros, além de fraturar duas vértebras e quebrar dois ossos da bacia do empresário, hospitalizado em estado grave (Heringer e Expresso 54). Na madrugada de sábado, 26 de maio de 2012, policiais militares incineraram parte do equipamento de uma equipe, e roubaram o restante, no baile do Barrinho, em Belford Roxo.
Na véspera, países do Conselho de Direitos Humanos da ONU haviam pedido que o Brasil acabasse com as execuções extrajudiciais e julgasse os culpados, extinguindo a Polícia Militar (Agência EFE). Os crimes da polícia não podem ser investigados pela polícia.
1 Paráfrase do autor a partir da tradução inglesa por E. Sokol do original checo, revista por Jakobson: “Is the Film in Decline?”, em Ladislav Matějka e Irwin R. Titunik (orgs), Semiotics of Art: Prague School Contributions, Cambridge, MIT Press, 1976, pp 145–52.
2 Nascido e criado na favela, e fiel aos valores da ética que se formula em sua vida e em seu canto. (Para uma interpretação do termo “cria” como estratégia de poder do Comando Vermelho, ver Penglase).
3 Sobre o prestígio popular do grande delinquente enquanto ameaça ao Estado pela fundação de um novo direito, ver “Zur Kritik der Gewalt”, de Walter Benjamin.
4 Sobre a descoberta da música a partir do instrumentário, ver “Faire de la musique”, primeira parte de Traité des objets musicaux, de Pierre Schaeffer (1966: 39–99). Ver também a epígrafe do livro: “Em memória de meu pai, violinista, cujo preceito, ‘estuda teu instrumento’, eu transmito”.
5 Roberta Trindade afirmou, em 30 de novembro de 2010, que o caveirão poderia “ter sido usado em fuga de chefões do CV”. Fabiano Atanazio da Silva refutou-a em 3 de setembro de 2011: “Tá maluco? Saí de lá com meu fuzil no pescoço.”
6 Para a cobertura do evento na mídia corporativa, ver as cinco matérias da Agência O Dia (15, 16, 26 e 28 dez. 2010) e as reportagens de Braga, Cunha e Sarapu.
7 Sobre o caráter de coação ilegal do encarceramento, ver, do autor, “Funk proibido”.
8 Sobre o projeto de um Sistema Único de Segurança Pública, uma das plataformas do candidato Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, ver o artigo de Luiz Eduardo Soares n’O Estado de Minas, bem como a íntegra do discurso presidencial de 2003.
9 Menos de dois anos depois, na segunda-feira, 18 de junho de 2012, o então ex-presidente se faria fotografar nos jardins do número 146 da rua Costa Rica, em São Paulo, num aperto de mãos com Paulo Salim Maluf, procurado pela Interpol desde 6 de março de 2011, e pelo Stolen Asset Recovery Initiave desde 2012 (ver Cotta, Interpol, Roney e Stolen Asset).
10 Em 28 de julho de 1988, às vésperas de ser promulgada a Constituição Federal, Luiz Carlos Prestes denunciava “o preceito mais reacionário, ou ditatorial da nova Constituição, a qual, na prática, pode a qualquer momento ser anulada ou rasgada constitucionalmente!…” — lembrou Anita Prestes em 2011. Ele se referia ao artigo 142, que destina as Forças Armadas “à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”. O uso das Forças Armadas nas operações de invasão e ocupação dos Complexos da Penha e do Alemão foi criticado pelo sociólogo Michel Misse e outros especialistas (Fellet). José Arbex Jr. denunciou-o em termos contundentes na revista Caros Amigos. Nilo Batista fez o mesmo no jornal Fazendo Media.
11 Ver Abdala (22 dez. 2010), Álvares et al., Araújo, Barros, BBC Brasil, Boghossian, Carneiro, Cilente, Dantas, Dantas & Boghossian, Duarte, Duarte & Athayde, Félix, Flor, Granja, Guimarães, Iskandarian, Justiça Global, Justiça Global et al., Khodr & Mariz, Leonardo, Lomba, Mariz, Marques, Massad, O Dia (2 dez. 2010 e 22 jan. 2011), Pagnan, Pagnan & Prates, Pequeno, Peres, Prates, Rede de Comunidades, Salles, Souza, Terra (29 nov. 2010; 27 jan. e 12 fev. 2011), Tomazela et al., Tomazela & Dantas.
12 “Manifesto”, letra, música e produção do MC Mag (q.v.), cantada pelos MCs Mag e Smith, circulava desde junho de 2010 e ganhou colagem alusiva no Natal, um dia depois de os MCs receberem seus alvarás de soltura: tomadas aéreas da Zona Sul sob um céu cinzento, cenas do cotidiano das favelas, o MC Smith saindo algemado da viatura, referências à corrupção política e empresarial, e a fuga daquele “magote de favelados armados” (Batista 2011a), na mira da Globo, fuzilado pela polícia.
13 Para uma crítica cáustica, ver o “Editorial” do jornal A Nova Democracia, fevereiro de 2011.
14 Sobre as expectativas do governo norte-americano em relação à política brasileira em meio ao segundo mandato Luiz Inácio Lula da Silva, ver Seelke & Meyer. Ao postar em seu canal oficial do Youtube a cobertura pela Rede Globo do encontro entre a chefe da República e a representante diplomática norte-americana, o Senado sugere a relação de mútuo benefício entre o capital privado, o Executivo e o Legislativo.
15 De acordo com a história oral, a cada fim de semana os bailes do Complexo da Penha rendiam de vinte a vinte e cinco mil reais ao batalhão correspondente.
16 Vincent Rosenblatt (q.v.) registrou o resultado da operação em três fotografias.
17 Ver a esse respeito a entrevista de Nilo Batista a Patrick Granja.
18 Smith lançou “Vida louca vida”, produção dos DJs Robson Leandro e Luciano Coulti, em março de 2011.
MC Smith canta Cazuza, “Vida louca vida”, produção dos DJs Robson Leandro e Luciano Coulti
Ver as três reportagens de Lauro Neto, a matéria da Agência O Dia (12 out. 2011) e a externa do SBT.
19 Acerca de outras motivações, ver Nilo Batista, “Une boucherie implacable autor du commerce de détail des drogues”.
20 Sobre a violência da polícia carioca, ver Cerqueira, Dias & Carvalho, Gaspari, e Human Rights Watch. Sobre a conivência do executivo federal, ver pronunciamento do deputado Marcelo Freixo na Alerj.
21 Por apropriação da melodia e da letra de “Fugidinha”, de Thiaguinho e Rodriguinho, postada no Youtube em gravação piloto 14 de maio de 2010.
Thiaguinho e Rodriguinho, Fugidinha, 2010
Sobre a tradição apropriativa na música brasileira, ver, do autor, “Fonograma 108.077”.
22 Onde a frase “defender a comunidade dessa entrada violenta da polícia” jamais será ouvida.
23 Massas tônicas de fatura contínua, N, e massas complexas de fatura iterativa, X” (Schaeffer 1966: 443–59).
24 Em termos mais precisos (Schaeffer 1966: 387–597), a massa de cada uma dessas notas complexas iterativas se localiza em um sítio nos campos das intensidades e das alturas, isto é, cada X” tem uma intensidade e uma altura relativas, e cada uma pode ter também um perfil interno de intensidade e uma espessura (bem como um perfil interno de espessura, perceptível como variação de brilho). A granulação de cada X” pode ser mais ou menos densa, ou apresentar variações de densidade.
25 Essa trama é um caso anômalo do macro-objeto criado por sobreposição de sons contínuos de variações conexas, restritas e graduais (Chion: 134). A anomalia advém dos fatos de: (a) um de seus componentes ser iterativo; (b) um ser tônico e outro complexo; (c) o elo causal ser de caráter simbólico (o que liga o canto do MC Tovi e as rajadas é a guerra).
26 A postagem mais antiga data do dia 4.
27 A acumulação é um macro-objeto excêntrico iterativo, amontoado de micro-sons ligados por semelhança de fatura (Chion: 137–38).
28 Em 15 de maio de 2012 Dido seria detido mais uma vez, agora pela polícia “pacificadora”, por encontrar-se em companhia de CDs de funk, bebidas alcólicas, menores, preservativos e “um pó branco que poderia ser cocaína”.
29 As postagens mais antigas datam do dia 13.
30 A partir da gravação ao vivo.
MC Vitinho e MC Dudu, ao vivo na Coruja, “Bala na Dilma sapatão”, abril de 2011
31 Sobre o episódio das sardinhas, ver Costa & Lima, Estado, O Globo, Vieira, Ribeiro, e a externa de Figueira.
32 O termo “viado” pode constituir um modo cordialmente provocativo de dizer “amigo” ou “amiga” em favelês. Não é o caso aqui.
33 Unidos contra a UPP começou a circular 1º de dezembro, mas inclui, junto a uma nova versão, a gravação original de “Não entra aqui a UPP”, bem como outras faixas anteriormente disponíveis.
i. “Aviso do Macarrão: ‘UPP é o caralho!’”
Aviso do Macarrão: ‘UPP é o caralho!’
ii. “Bala nas UPP, pau no cu do Cabral, e bala no Eduardo Paes”
Bala nas UPP, pau no cu do Cabral e bala no Eduardo Paes
iii. MC Dudu, “UPP, vai se fuder”
iv. MC Freck, “UPP é o caralho, a favela é nossa”
MC Freck, “UPP é o caralho, a favela é nossa”
v. MC Jota, “UPP é o caralho, é o bonde do Madrugadão, o patrão chegou”
MC Jota, “UPP é o caralho, é o bonde do Madrugadão, o patrão chegou”
vi. MC Magrinho, “FB puxando o bonde, mete bala na UPP”
MC Magrinho, “FB puxando o bonde, mete bala na UPP”
vii. MC Marcelly, “O Rio virou terror, a guerra já começou”
MC Marcelly, “O Rio virou terror, a guerra já começou”
viii. MC Ranon, “Vai dar problema se o Piloto descobrir que a UPP quer o Mandela”
MC Ranon, “Vai dar problema se o Piloto descobrir que a UPP quer o Mandela”
ix. MC Thiaguinho PZR [dos Prazeres], “Vou mandar a UPP pra puta que pariu”
MC Thiaguinho PZR, “Vou mandar a UPP pra puta que pariu”
x. MC Tikão, ao vivo na FZD [Fazendinha], “Muita bala na UPP”
MC Tikão, ao vivo na FZD, “Muita-bala-na-UPP”
xi. MC Tovi, “Não entra aqui a UPP”, versão nova
MC Tovi, “Não entra aqui a UPP”, versão nova
xii. MC Tovi, “Não entra aqui a UPP”, estilo fugidinha, DJ Diogo
MC Tovi, “Não entra aqui a UPP”, estilo fugidinha, DJ Diogo
xiii. Mega “UPP é o caralho”, DJ 2B (muito foda)
Mega “UPP é o caralho”, DJ 2B (muito foda)
xiv. Montagem “O bonde do Borel vai falar assim: ‘UPP é o caralho’”, DJ GB (muito foda)
Montagem “O bonde do Borel vai falar assim: ‘UPP é o caralho’”, Dj GB (muito foda)
xv. Montagem “‘Aqui no Complexo’, ‘Deixa eles vim, tá tudo palmeado’, ‘UPP é o caralho’”, DJs Mibi, MP e Kadabra, equipe Lazer Digital
xvi. Montagem “‘Sai da frente, alemão, que o bonde vai-passar’, ‘UPP é o caralho’”, DJ Mibi da Lazer Digital e Pilsinho JPA [Jacarepaguá]
xvii. Montagem “‘Bota a cara na Chatuba, tu vai ver o bicho pegando’, ‘UPP é o caralho’”, DJs HR e Mibi
Montagem “‘Bota a cara na Chatuba, tu vai ver o bicho pegando’, ‘UPP é o caralho’”, DJs HR e Mibi
xviii. Montagem “Complexo unido contra UPP”, DJ Gordinho
Montagem “Complexo unido contra UPP”, DJ Gordinho
xix. Montagem “Complexo e Rocinha unidos contra a UPP” (foda), DJ Kiko de Niterói
Montagem “Complexo e Rocinha unidos contra a UPP” (foda)
xx. Montagem “UPP é o caralho”, DJ Gordinho
Montagem “UPP é o caralho”, Dj Gordinho
xxi. Montagem “Na UPP nós mete bala”, DJ Max
Montagem “Na UPP nós mete bala”, DJ Max
xxii. Montagem “Se vim com a UPP, leva tiro no cu”
Montagem “Se vim com a UPP, leva tiro no cu”
xxiii. Montagem “‘Aqui no morro é tudo’, ‘UPP é o caralho!’, ‘Se tentar no Antares’”, CD Terra da orgia 2010, vol. 7
xiv. Montagem “Aqui no Cerra Coral, UPP só no jornal”, DJ Diogo de Niterói
Montagem “Aqui no Cerra Coral, UPP só no jornal”, DJ Diogo de Niterói
xxv. MC Tikão, “Bala nas UPP”, DJ MP, Lazer Digital (braba demais)
MC Tikão, “Bala nas UPP”, DJ MP, Lazer Digital (braba demais)
34 Base atribuída a Mr. Catra, exemplo extraído de “Vem putaria”, da MC Byana, postada em 18 de fevereiro de 2011, mas provavelmente anterior à data de postagem.
Human Beatbox, loop extraído de “Vem putaria”, MC Byana
O Tamborzão, criado pelo DJ Luciano Oliveira de Bangu numa Roland R-8 em 1998.
Tamborzão, do DJ Luciano Oliveira, de Bangu
A Volt Mix deriva da faixa “808 Volt Mix (808 Beatapella Mix)”, do D.J. Battery Brain, lançada em 1988.
35 O termo “break” adquire diferentes significados em gêneros distintos (para o jazz, ver Kernfeld; para a disco, Lawrence: 112–14; para uma comparação entre disco e hip-hop, Shapiro: 244–45). Ele designa aqui uma figura vocal de um compasso que imita a célula rítmica da base gravada. Por analogia com o pedal de células (Zk) da tipologia, a base é um pedal de breaks.
36 Na comunidade Rua do Costinha, Campos dos Goytacazes, três semanas após o falecimento do MC Claudinho, ocorrido em 13 de julho de 2002, o MC Mascote: (a) fornece a base para um coro da plateia; (b) introduz e complementa o Tamborzão; (c) pede a base Atabaque; (d) complementa a Volt Mix etc.
MC Mascote, Rua do Costinha, 2002, base para coro
MC Mascote, Rua do Costinha, 2002, “É nóis na fita” etc
MC Mascote, Rua do Costinha, 2002, pede Atabaque
MC Mascote, Rua do Costinha, 2002, “Conspirador” etc.
37 Um break vocal aparece na voz de Charmosinho (atualmente, MC Decão), com as participações de Preto de Elite, Yuri dos Hawaianos e Cleber Preto, neste improviso na Quadra do Colorado, Cidade de Deus, registrado pela câmara de Denise Garcia para o documentário Sou feia mas tô na moda, em 2005.
Preto de Elite — …se divertir, os cara famosão, pra vocês, tão aí. Qual é mano manero, tu tá sempre abalando, vamos logo com a galera, junto com os Hawaianos, então…
Yuri — Eu represento pra vocês esse cara que sacode, aqui na quadra do Coroado e do lado do mano Jorge. Represento pra você de uma forma bem cruel, ali tem Marquinho, ali tem Tim Maia e também o Mano Leo. Eu represento pra geral que fecha comigo, forte abraço mano Everton, mano Tom e mano Vítor. Vou jogar para você de uma forma excitante, forte abraço, Charmosinho, representa nesse instante.
Charmosinho — Eu vô mandando pá geral, mando no sapatinho, não esqueço meus parcero, o Eduardo e o Clebinho. Vou mandando pá você, eu não fico de mancada, agradecendo o Clebinho, que ligou pá minha casa e me fez esse convite, chamou toda a galera, pá podê passá aqui e também lá na Suécia. Tá ligado que é nós, do jeito excitante, tem os gringo, tão aqui, e o Tentação do Funk.
Preto de Elite — Ele faz a música e pega todas mulher, olha o meu mano Clebinho, chega aí, diz como é, então…
Cleber Preto — Se liga minha gente, aqui tá muito sol, me deixa aqui quietinho só bebendo a minha Skol.
Yuri — Manja essa parada agora. Se liga no que eu falo, pra representar aqui agora, chamo o mano Eduardo…
Na sexta faixa da coleção Bases inéditas, vol. 1, a base é um pedal de breaks vocais. Coletei-a em 13 de novembro de 2006, mas desconheço a data de gravação ou lançamento.
Bases inéditas, vol. 1, faixa 6
38 Por exemplo, “Dez Mandamentos da favela”, dos MCs Cidinho e Doca, da Cidade de Deus, ao vivo no Chapadão, na era da Volt Mix.
MCs Cidinho e Doca, “Dez Mandamentos da favela”
Ou “Veio o toque da cadeia”, do MC Gil do Andaraí, ao vivo na Nova Holanda, na era do Tamborzão.
MC Gil do Andaraí, “Veio o toque da cadeia”
39 Por exemplo, “Na faixa de Gaza é assim”, do MC Orelha, produção do próprio MC, em 2009 (Lopes & Palombini); ou “Bala na Dilma sapatão”, do MC Vitinho, produção do DJ Rafael de São Gonçalo a partir da gravação do baile da Grota, em 2011. Entre as exceções mais significativas estão “A Penha é o Poder”, do MC Max (2008), e o repertório do MC Smith entre a primeira (2007) e a segunda (2010) invasões do Complexo do Alemão.
40 MC Alexandre, “Elenco fabuloso do Corte 8”, produção DJ Byano, CD do Corte 8 Chatubão Digital.
MC Alexandre, “Elenco fabuloso do Corte 8”, DJ Byano, Chatubão Digital, 2011
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Este trabalho foi apresentado no IV Seminário Música Ciência Tecnologia, na USP, 4 de julho de 2012, e realizado como parte do programa de uma residência no Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares da UFMG em projeto apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais. O título foi criado pelo DJ Byano como bordão de sua equipe.
FOTO: DJ Byano no Chapadão, Rio de Janeiro, 3 de setembro de 2011. © Vincent Rosenblatt / Agência Olhares